quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Salvem a TV!

 
Sempre gostei de números e estatísticas. Não é a toa que faço faculdade de engenharia. Gosto ainda mais de investigação. Aliando números com investigação, temos as pesquisas, para a minha felicidade. É quase um passatempo. Pesquisas sempre têm algo a dizer, e olho com curiosidade os seus resultados. Desde pesquisas de torcida de futebol a pesquisas de censo, sempre gostei de observar os mais variados tipos de gráfico e analisar seus resultados.

Essa semana, enquanto navegava por alguns blogs, encontrei uma bastante interessante, que avaliava o comportamento dos jovens em relação ao uso de internet e TV. Os resultados são preocupantes: a pesquisa mostrou que a TV vem perdendo cada vez mais seu espaço para a internet. Não é tão surpreendente assim, já que tal fato está cada vez mais notório. Muito mais do que uma questão de hábito, é uma mudança de comportamento da sociedade. A televisão, que em gerações anteriores era a grande atração da casa, hoje passa quase que despercebida pelos mais jovens. Muitas vezes é usada apenas para "som de fundo", pouco importa o que se passa ali. Em minha opinião, um afronto e mau uso dessa invenção tão genial.

Quando digo que os resultados são preocupantes, falo como um admirador desse eletrodoméstico. Penso no futuro: se as próximas gerações seguirem o comportamento desta, acredito que a televisão corra o risco de extinção. Ou no mínimo que sofra uma adaptação, com programação flutuante, de horários flexíveis, programas disponíveis para se assistir quando e como quiser. Tudo bem que eu possa estar exagerando e que de certa forma essa nova forma de "fazer TV" já exista por meios dos vídeos do YouTube, além do quê traz mais comodidade. Mas me assusta o fato de uma mudança brusca, desse "quase risco" de não ter mais os meus programas para assistir no sofá de casa. Não vejo com bons olhos a ideia de ter que passar ainda mais tempo na frente de um computador, ou mesmo qualquer outra coisa que possam vir a inventar. Quero que a TV continue tal como ela é.

Fico indignado ainda com a cultura subitamente imposta pelas maiores emissoras ("Plim Plim"), que ofuscam as emissoras menores. Uma injustiça muito grande. Canais de menor expressão não têm nem de longe a visibilidade que merecem. Possuem uma programação muito rica e de conteúdo, que vai desde interessantes mesas-redondas como o Sem Censura, da TV Brasil, e o Roda Viva, da TV Cultura, até programas de esporte, como o Cartão Verde também da Cultura e uma rica programação infantil, desses mesmos canais. Sem contar a vasta gama de documentários da TV Escola, sobre os mais diversos animais do planeta, sobre diferentes culturas, ou até mesmo sobre a ciência do corpo humano, entre outros. Mas não fica por aí: mesmo os canais mais conhecidos têm excelentes programas que muitas vezes não tem a audiência merecida. É o caso do jornalismo investigativo do "Conexão Repórter", apresentado por Roberto Cabrini no SBT, e "A Liga", sensacional programa comandado por Rafinha Bastos e companhia, da Band.

Mas enfim, não estou aqui para pagar de Rooben Hood e fazer propaganda dessas emissoras. Não hoje. Estou aqui para alertar: lentamente e de maneira quase que imperceptível, estão matando a TV! Talvez seja conservadorismo. Mas o fato é que não troco por nada assistir minha boa e velha TV no confortável sofá. Principalmente se estiver chovendo. Força do hábito. Por isso, fica aqui meu apelo: salvem a TV!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Histórias de uma vida não vivida

Amanhecera chovendo. O dia começou cedo, como de costume. As mesmas atividades desagradáveis de sempre, acompanhadas pelas esperanças de que tudo aquilo tinha uma data para acabar e também pelo sentimento de culpa por pensar assim. Manhã aparentemente normal. Aparentemente. Invisível aos olhos, mas já fazia alguns dias que algo o perturbava. Consequências de uma mente confusa que passava por um processo de auto-descoberta. Não que fosse a primeira vez, mas agora a angústia era quase insuportável. Era como olhar no espelho e não enxergar nada. Ou enxergar exatamente o que não gostaria de ver. Passou os últimos anos inventando a vida que gostaria de ter, mas que não tinha. E a verdade é que jamais poderia. Aceitar a realidade, quando esta não agrada, não é nada fácil, principalmente para um adolescente. E por isso passou a viver em um mundo paralelo imaginário. Uma história escrita por ele mesmo, aos seus moldes e gostos. Recusava-se a sentir pena de si mesmo. Também não permitia que alguém conhecesse todo o seu desgosto.

Acreditava que uma mentira bem contada se tornava uma verdade, e que dessa forma poderia esperar em paz pelos dias que tanto sonhava, sem ter que conviver com o sentimento de "pena". Contava os casos do time de futebol que jamais existiu, dos belos gols que nunca marcou, da chuteira de artilheiro de um campeonato que nunca saiu do papel. Contava sobre as tardes de diversão com os amigos inexistentes, das brincadeiras e momentos inesquecíveis, mas que jamais saíram da imaginação. Contava sobre festas que jamais frequentou, lugares que nunca visitou, as viagens que nunca realizou. Contava sobre a namorada que nunca teve. Sob uma superfície tranquila, escondia sua realidade e os dias que nunca foram como gostaria que fossem. Contava as histórias de uma vida que jamais vivera. E contava com tamanha convicção que seria uma surpresa muito grande caso algum dia revelasse que tudo não passava de um faz de conta. Lembrava de cada detalhe, de modo que era capaz de sustentar uma história por anos a fio. Contava mentiras sinceras. Uma realidade inventada, sim, mas que não prejudicava ninguém. Descrevia a vida que sempre sonhara com as mais sinceras mentiras já contadas, com personagens que pareciam reais. Histórias interessantes que nem de longe lembravam a solidão e o contraste com a sua realidade. E a verdade é que por muito tempo foi suficiente viver nesse mundo paralelo, o tempo passava e ia contando os dias, esperando por aquele em que sua vida mudaria.

Aos poucos, foi perdendo a paciência. Achava que esse dia não ia mais chegar e se indignava porque estava perdendo boa parte de sua vida. Não sabia mais o que fazer, começou achar aquilo desesperador. Por muitas vezes acabou pagando o preço pela inocência e ingenuidade: acontecimentos marcariam sua alma como um ferro quente que marca o couro de um rebanho. Ia colecionando feridas de difícil cicatrização. Perdia a confiança nas pessoas e descobria que o mundo não era um lugar totalmente bom. Não compreendia mais nada e passava meses sem dar um sorrido sequer. Passou a não ser compreendido. E em meio a essa crise, cansou de tudo e aos poucos percebia que já não havia mais espaço para sua outra vida. Matou todos os personagens. Passava dias sem dar uma palavra. Deveras, tornou-se triste e solitário. Mas ainda se preocupava em não deixar transparecer as emoções, evitando assim magoar os que estavam a sua volta. Por vezes mostrava uma frieza falsa. Palavra que odiava, aliás. Incapaz de compartilhar qualquer coisa seja com quem fosse, fechou-se num casulo. E assim deixou de viver as histórias não vividas.

Os anos passaram, muitas coisas vieram a melhorar. Mas tantas outras talvez ainda estejam bem distantes daquilo que gostaria que fosse. Aos poucos, a luz voltava a clarear. Conseguiu confiar em algumas pessoas novamente. Viu que o mundo não era um lugar tão ruim assim. Voltou a sorrir, mesmo que fosse por um instante. Voltou a acreditar. Mas os personagens ficaram de vez no passado, afogados na adolescência.

Gosta do barulho da chuva. O som da natureza chorando é também o agradável som que conforta. É a chuva que renova as esperanças. Um dia, finalmente, quem sabe, poderá levar que vida que sempre quis. Em uma manhã como outra qualquer, chuvosa ou não, decidirá por um fim nesses tempos de escuridão. Estará de alma lavada.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Para refletir (3)

"Objetivos são apenas modos de esconder a dor de viver e a falta de sentido da vida."
(Arthur Schopenhauer)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Balanço Geral – um texto sem título

Há um tempo alguém muito especial prometeu escrever um texto para que eu postasse aqui. Pois bem, confesso que a princípio não botei muita fé e até pensei que a promessa não se cumpriria. Mas hoje, para minha surpresa, eis que essa pessoa me surpreende com esse belo texto que segue nessa postagem. Lamento, apenas, que não me deixou creditar o seu nome. Mas tive que aceitar, já que essa era a condição para que eu o publicasse aqui. Fica aqui meus agradecimentos. E um Feliz Natal!

"Há muito prometi escrever um texto para ser publicado no blog de alguém que conheci na faculdade e aprendi a chamar de amigo. Não escrevi antes, não por falta de vontade, mas talvez de "oportunidade". Talvez nem mesmo o meu amigo se recorde dessa minha promessa. É que a vida universitária, embora digam ser a melhor fase da vida, têm sido bastante corrida e me tomado tempo. Apesar disso, em nenhum momento reclamo de ter adquirido uma série de responsabilidades, com as quais aprendi a lidar e que quando fico sem, sinto falta.

Devo dizer que escrever não é minha especialidade e deve ser por isso que admiro tanto aqueles capazes de expressar sentimentos através de conjuntos de palavras.

Também não sei sobre o que escrever e nem como começar ou onde isso vai terminar. Fato é que tentarei deixar as palavras fluírem da minha mente.

Vou escrever sobre o que vier à minha cabeça. Decidi!

Sempre decido rápido. Demoras esgotam minha quase escassa paciência e talvez por essa pressa constante nem sempre posso tomar as melhores decisões. Mas isso também não me incomoda.

É Natal. Eu poderia estar com minha família neste momento. Aliás estou. Estão todos em casa. Tivemos uma ceia de Natal ontem à noite e um ótimo almoço hoje. Recebemos parentes que há muito não víamos. Essa é uma época do ano em que as pessoas se sensibilizam mais e procuram "reestreitar" os laços que, por vezes, estiveram enfraquecidos ao longo do ano que termina.

Na verdade não gosto dessa época do ano. Muita correria e muita superficialidade, mascarada, a meu ver. As pessoas não se importam tanto assim com as outras. Não como deveriam. A essência do Natal têm sido perdida. Festas e presentes no fim do ano não suprem o vazio de relações superficiais oriundas de outras épocas.

Talvez essa seja uma análise fria e pessimista do Natal, que obviamente, tem seu lado bom. É o nascimento de Jesus menino, que floresce dentro de cada um a esperança de um mundo melhor. Aliás, é nessa época que todos planos para o ano que se inicia são refeitos. Que todos os sofrimentos vividos são confrontados com as lições aprendidas e se faz um balanço da vida. E claro, os bons momentos são recordados.

Ano que vem... Quero fazer tanta coisa... Coisas que ainda nem imaginei. Não sei se vai dar tempo ou se vou conseguir. Espero que sim. Sei que nem tudo vai sair conforme minhas intenções, mas faz parte da vida e preciso aprender e entender isso. Quero ter a sensação de ter vivido. Tenho notado a rapidez com que o tempo passa e não quero a sensação de ter vivido "em vão". A propósito, a escassez de tempo pode explicar a superficialidade das relações, que citei anteriormente.

Ao mesmo tempo em que teço uma crítica às outras pessoas, critico a mim, a primeira pessoa que lê este texto. Dia desses recebi um email onde deveria escolher uma caixinha e receber uma frase para reflexão. Logo que li a minha, achei que não fazia sentido ou se encaixava na minha condição. Mas como o óbvio não é óbvio, tive que refletir um pouco, até perceber que era exatamente o que eu precisava saber. Nem lembro direito o que estava escrito, só sei que dizia que ninguém é perfeito e que eu não deveria cobrar de mim uma perfeição que não existe em ninguém. Não que eu espere ser alguém perfeito, mas saber que em algum momento errei ou deveria ter tido uma outra postura me incomoda, me faz sentir bobo, imaturo.

O fato é que eu ainda o sou. Tenho muito que aprender. Uma vida inteira pela frente, como dizem os mais velhos. Tento esconder de mim o medo de um futuro incerto, principalmente no aspecto profissional. Não sei onde vou trabalhar e nem para onde vou. Não conheço as pessoas que farão parte da minha vida e não posso prever o que vai acontecer comigo. Mascarando esse medo tento enxergar a grande oportunidade de crescimento, que precisa de um primeiro passo para começar... E embora tenha medo, sei que o maravilhoso de tudo isso é exatamente toda a incerteza, que faz com que, mesmo não acreditando, estejamos sempre fortes para a vida, para viver...

Por hoje já escrevi o suficiente, mais do que esperava. Achei até legal a experiência.

Enfim...Vem 2011!! Tô te esperando..."


 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Poderia ser melhor...

Terça-feira, 21 de Dezembro. Termina hoje a 3ª edição de "A Fazenda". Edição que fora certamente a melhor até então: resultado de um elenco bem selecionado, pessoas com personalidades bem diferentes, polêmicas e explosivas, por assim dizer. Confusões e brigas não faltaram. Os participantes mais famosos não sobreviveram e foram caindo um a um, até que na final restassem 3 "peões" até então quase que desconhecidos pelo público, com exceção (ou não) da ex-panicat Lisi, a "Piu-Piu".

Depois do fiasco da 2ª edição (um show de dramaturgia com pessoas excessivamente boazinhas e sorrisos forçados), pairava no ar a incerteza e a desconfiança sobre o que poderia se esperar de um novo programa. Eu mesmo olhava com desdém e no começo nem cogitava a possibilidade de assistir. Mas adaptando o ditado, "nada como um reality após o outro". Como fã incondicional de reality show, fui dar uma "espiada" no primeiro programa, e fiquei interessado em assistir o segundo, e depois o terceiro... e hoje também quero ver a final. Desde o primeiro episódio exibido, "A Fazenda 3" já mostrou que seria diferente.

Em uma jogada de mestre da Record, os 15 participantes foram divididos em 3 equipes, com o objetivo de, na metade do programa, disputar um prêmio de 500 mil reais, sendo que a decisão desse prêmio não caberia ao público. Os sobreviventes disputariam uma prova; manter-se no jogo era então fundamental para disputar os 500 mil. E manter os companheiros de equipe também era crucial para sustentar a força do time. Fato que levou a aproximação por afinidade ser deixada de lado, ou melhor, assumir uma nova versão: a afinidade financeira. Duvido muito que após o programa Daniel e Viola irão trocar telefonemas, ou mesmo que Melancia e Carol serão as melhores amigas. Mais do que nunca as "amizades" surgiram e se firmaram pelo jogo. O confinamento e o dinheiro fazem mesmo a cabeça das pessoas. Foi incrível assistir a competitividade, as confusões e o isolamento das equipes, causando quase um clima de guerra. E para quem duvidava, o programa mostrou ainda que a Teoria do Caos é verdadeira. Um abraço de Dudu em Janaína Jacobina, ato quase tão simples quanto o bater de azar de uma borboleta, provocou reações em cadeia que determinaram o ritmo do jogo e suas consequências duraram até quase o fim do programa. A traição de Dudu ao seu grupo acabou por ser um dos fatos mais marcantes dos realities shows da TV brasileira.

Outras considerações ainda merecem ser feitas: Monique Evans mostrou que ter experiência não traz vantagem nesse tipo de programa. Agiu mal, cometeu erros capitais e não durou mais que uma semana. Geisy Arruda, da noite pro dia passou de uma simples universitária a celebridade; mas sofre preconceito pelo modo como foi promovida, e também não teve sucesso. Tico Santa Cruz perdeu sua chance enquanto comprava brigas que não deveria, mostrando que lhe falta educação. Sérgio Malandro é muito chato e durou até demais. Nem mesmo os avestruzes aguentavam mais o seu "Glu glu yeah yeah", e atacaram o peão, em um momento muito engraçado. Nany People falava alto sem motivo, querendo ganhar tudo no grito. Uma roça foi suficiente para a eliminação dessa figura tão patética. Dudu (ou então "Juju", de Judas) é uma criança, espontaneamente engraçado, propositalmente inocente, e se permanecesse no programa teria sido bem melhor. Não é má pessoa, mas pagou o preço pelas brincadeiras fora de hora, pelas suas atitudes e pelos erros repetidos. Viola chamou a atenção por não parar de olhar para as mulheres, pela sua ganância pelo jogo e pela briga com Janaína. Dentro de pouco tempo, já nem será mais lembrado. Carrasco era bonzinho demais. Poderia muito bem ter participado da edição anterior. Andressa, a Mulher Melancia, mostrou que é muito além de uma bunda: excelente cozinheira e muito prestativa; e ainda botava fogo na casa com sua língua afiada. Janaína é o desequilíbrio em pessoa, não sabia o que estava fazendo ali. Mas garantiu bons índices de audiência, já que foi pivô de praticamente todas as confusões. Carol, talvez a peoa mais bonita, mostrou que o poder pode corromper as pessoas. Bastou ser fazendeira para se tornar outra pessoa, achando que mandava em tudo e em todos. Poderia ter formado um casal com Daniel. Era o que todos queriam, mas não aconteceu. A bela moça se mostrou um tanto quanto maldosa, pois estava sempre "provocando", mas resistiu a todas investidas do modelo, alegando ter um namorando fora da fazenda, que nunca sequer apareceu. Ah vá. Luíza, uma pessoa facilmente manipulada. Ficou claro que mudou seu posicionamento com relação a Daniel após uma conversa com Sérgio Abreu. Este, aliás, calculista e rabugento, que pagava de machão pelas costas, mas era incapaz de enfrentar alguém cara a cara. Já Daniel, um bom jogador, sensato e equilibrado. Carismático, agradava a (quase) todos da casa. Carinhoso, sempre demonstrou o quanto preza pelos filhos. Galanteador, nunca escondeu seu interesse por Carol. Falso romance que o Brasil acompanhou e se divertia com as investidas do peão, que não teve sucesso. Lisi, por sua vez, sustentava um interesse platônico por Daniel, mas ficou com o papel de coadjuvante, assim como no jogo, já que não se envolveu em confusões. Em uma única vez acabou se estrepando com Geisy, mas nada além. Depois que machucou o pé em um desafio semanal, ficou ainda mais omissa, sem participar das atividades diárias.

O formato do programa teve também uma notável evolução. É bem verdade que a divisão de equipes, sem dúvidas o melhor deste programa, lembrou as "tribos" do BBB 10, mas teve lá seus méritos. As provas melhoraram muito, não se viu mais aquelas competições bisonhas e infantis das edições anteriores. Os desafios foram, em sua maioria, provas interessantes e muito bem planejadas. Nas formações das roças, os peões não passavam mais metade do tempo mandando beijos para os familiares e amigos: felizmente o telespectador foi poupado daquela bondade excessiva dos participantes da 2ª edição. Dessa vez, os votos combinados e as estratégias de jogo foram publicamente assumidos, sem receios ou constrangimentos. Por isso e muito mais, valeu a pena assistir.

Mas, poderia ter sido muito melhor. Ao contrário do que se diz, Britto Jr. passa longe de ser um apresentador de primeira. Suas explicações demasiadamente repetitivas, seja sobre as regras de formação da roça ou sobre as regras das provas, acabam com a paciência do telespectador. Um apresentador muito chato. Nunca soube "botar lenha na fogueira", suas colocações são inapropriadas e inconvenientes. Seus jargões são patéticos, como "a chaleira tá fervendo", ou "chove muito em Itu". Sem contar as eliminações, que poderiam ser muito melhores, mas o único momento de emoção era realmente a hora de anunciar o eliminado. Nos momentos que antecedem, Britto fazia questão de dizer o que todo mundo já sabe, e ainda acrescentava um monte de frases sem sentido. Nem de longe lembrava as noites de eliminação do BBB, com os belos discursos de Pedro Bial. Até mesmo Edgar Picoli, em "Busão do Brasil", era melhor que Britto Jr. E claro, não poderia deixar de reclamar ainda dos muitos e longos comerciais da Record, além do horário em que acaba o programa, sempre muito tarde. Haja paciência!

Como em todo reality, discordei de muitas eliminações, fato este que ratifica minha teoria sobre os resultados forjados e pré-determinados. Vai saber. Dessa vez demorei mais do que o costume para escolher alguém para torcer e levar o prêmio de 2 milhões, ficava na dúvida entre Daniel Bueno e Lisi. Nos últimos dias, porém, tomei partido e assumi a torcida para Daniel. Nada contra Lisi, escolhi pelo fato de que o peão bate de frente com Sérgio Abreu, pessoa que jamais gostaria que vencesse.

Hoje o Brasil conhecerá mais um milionário. Ao que tudo indica, Piu-piu ficará com o 3° lugar, e a disputa será entre Daniel e Sérgio Abreu. Que vença Daniel. A Fazenda 3 chega ao fim e eu não terei mais o que assistir nos finais de noite. E até que chegue o dia 11 de Janeiro, estarei mais uma vez esperando pelo próximo reality. Que venha o BBB 11!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quem vai brilhar no Nicoloco 2010?

17 de Setembro, sexta-feira à noite. Primeiro dia de Nicoloco. Acabo de chegar em casa e coloco o pijama: pelo segundo ano seguido, não participarei da festa mais esperada do ano.

Minha cabeça, um caos. Uma mistura de cansaço e tristeza. Já estava decidido a não ir, em nenhum momento sequer tive vontade. Mas agora, e como sempre de última hora, deu aquela vontade falsa de seguir o fluxo. É a tal "ditadura da felicidade". Para ser feliz você tem que fazer o que a maioria das pessoas fazem, ir aonde as pessoas vão, ter um corpo bonito, ser popular, ter uma namorada, e uma lista de outras coisas mais. Uma falsa idéia vendida todos os dias. Ditadura quase impercepitível aos nossos olhos e que me mata. Principalmente por saber que esse estilo de vida não condiz com a minha realidade. E nem poderia, fato que, mesmo não gostando, tenho que aceitar. E quanto mais cedo o fizer menor será o sofrimento e a angústia, companheiros de estrada .

Por vezes chego a pensar que eu não sou desse mundo. Sinto estar na época errada e no lugar errado. Não é possível que alguém possa destoar tanto assim do comportamento humano. Já se passaram 22 anos de vida e ainda não encontrei alguém para viver, alguém por quem viver, alguém porquê viver. Quase me sinto um ET, vivendo camuflado, tentando me adaptar ao meio, buscando compatibilidades, amizades, e principalmente, tentando seguir o fluxo. Hoje, descobri que isso não é mais possível. Vejo uma sociedade cada vez mais egoísta. O interesse na vida alheia se restringe aos limites da compararação, saber quem está na melhor situação, e tirar disso o máximo proveito. Hipocrisia, sim. Já cansei de me decepcionar com as pessoas, e por isso cada vez crio menos expectativas, e vou mudando de sentindo, seguindo o meu próprio fluxo. Aonde ele vai me levar, ainda não sei.

A noite vai ficando velha e o início da festa se aproxima. Enquanto fiquei aqui escrevendo mais uma postagem que provavelmente ninguém jamais lerá, alguém, ou vários "alguéns", estarão "brilhando" no Nicoloco 2010. Quem serão as "estrelas" dessa vez?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tédio ou exaustão?

O tempo é um verdadeiro mistério. Quando não temos absolutamente nada para fazer, ele não passa, e ficamos esperando que chegue a noite, e o dia seguinte, quase em desespero. Mas quando a vida está movimentada e boa, ele voa, e quando você menos se dá conta, a semana acabou sem saber como, e o mês também, e foram-se os anos. Não há meio termo: ou se morre de tédio ou de exaustão. O que é melhor? É a pergunta sem resposta. Difícil escolha.

Quando não se faz nada, sobra tempo para pensar em coisas que nos fazem ou fizeram sofrer, lembrar do passado com arrependimento, saudades, ou, o pior de tudo, com a sensação de não ter vivido-pensamentos, aliás, absolutamente inúteis.

Quando o tempo sobra, qualquer palavra que se ouve é analisada, o contexto em que ela foi dita pode ter proporções perigosas, e até o tom de voz pode ter um grave significado. Se um amigo diz alguma coisa que não soa bem, é uma punhalada no coração, e quem tem o dia pela frente para ficar remoendo o que ouviu vai viver um drama, pois nada melhor que um dia ocioso para fazer de uma bobagem uma grande tempestade. Mas pergunte a alguém, relativamente atarefado, quanto tempo dura o sofrimento. Exatamente o tempo entre uma tarefa e outra; quão logo, o problema já acabou.

Ah, o tempo; o tempo que não se tem para ouvir os nossos amigos, o tempo que eles não tem para escutar os nossos problemas. E como não se pode viver sem ter com quem falar, sobra cada vez mais epaço para os psicólogos e analistas, que dedicam 60 minutos inteiros só a nós, ouvindo todas as bobagens e nos "compreendendo", sem que o telefone toque, sem que a namorada chame ou que surga algo novo para fazer.

Realmente patético, e por isso me recuso a consultar um profissional do gênero. Dias desses, aliás, tomei minha decisão: optei pela exaustão.

sábado, 8 de maio de 2010

Sorte no amor

Recordo com nostalgia meus tempos de calouro. Adaptação a uma vida nova, tempo com sobra para lazer e prestigiar o novo, predisposição e animação para conhecer gente diferente a todo instante. Em uma dessas oportunidades, acontecia a Copa DCE de Futebol. Minutos antes da partida dos "Brow's", o time já estava à beira da quadra esperando pelo jogo. Na partida preliminar, acontecia o último jogo da primeira fase, e em quadra o time de Matemática, disputando uma vaga nas oitavas de final. Na torcida, duas animadas garotas, que gritavam e incentivavam o tempo todo. Porém tudo aquilo havia sido em vão: o time perdera e fora eliminado. Nem por isso elas desanimaram, na verdade o resultado do jogo não importava tanto assim, o que valia mesmo era a diversão e a farra que faziam. Queriam, então, arranjar outro time para torcer; e pra isso, nada melhor do que esperar pela partida seguinte. Com um futebol envolvente, o time dos Brow's ganhou duas novas torcedoras. E elas faziam bem esse papel: queriam saber o nome de todos os jogadores, gritavam, reclamavam do juiz. Precisavam de um "informante", como elas mesmas intitularam. E este papel coube a mim. Como eu gostava daquilo, eu passei a fazer parte daquela farra contagiante. Dessa forma, aquele jogo nos aproximou e começamos ali uma amizade que perduraria por um bom tempo.

Mas natural que seja com a correria do dia a dia, acabamos por nos afastar das pessoas que eventualmente não temos tanto contato. E nossas longas conversas foram se encurtando cada vez mais, até se tornar um simples cumprimento na reta da UFV. E aos poucos nem isso. Nas raras vezes que avistava alguma delas (já que eram raras também as vezes em que as encontrava juntas), sentia uma nostalgia tão grande acompanhada por uma conseqüente tristeza. Mas da última vez que as vi teria sido ainda pior. Foi em uma missa. Como de costume, cheguei um pouco mais cedo a fim de garantir um lugar para sentar. Com o assento garantido, aproveito os minutos que antecedem a cerimônia religiosa para observar a entrada dos que chegam, e avistar, quem sabe, um rosto conhecido. E nesse dia vejo então chegar as duas velhas conhecidas. Fazia muito tempo que não as via. Porém dessa vez não estavam sós, uma delas estava com um namorado. Os rostos que conheci já não eram mais os mesmos, foram desfigurados pelo tempo. Pareciam mais maduras, mais mulheres. E entre aquela velha e sólida amizade, havia uma distância efetuada pelo tempo e agora também separada por um namorado. Em seus semblantes, a visível diferença entre um olhar apaixonado e outro olhar, mórbido e triste. Aquilo me deixou com um sentimento contraditório. Ao mesmo tempo em que era bom revê-las juntas, senti-me entristecido ao ver a amiga que ainda não tivera sua sorte no amor. E como se isso não fosse suficiente, já não tinha também tanta sorte na amizade.

A missa assim como o domingo acabou, porém tal situação me deixaria pensativo por toda a semana que viria. Minha reflexão não se limitava a este caso em específico, pois situações como esta se tornam cada vez mais habituais. Amigos, antes inseparáveis, correndo o risco de se esquecerem antes mesmo da faculdade acabar. E os motivos que levam a isso são vários. Mas acredito que o mais freqüente seja mesmo o namoro. No início, ou às vezes até bem mais que apenas no início, o namoro traz consigo o amor e paixão ardentes. E com isso, quem perde espaço é sempre o velho amigo. É bem verdade que tão logo alguns namoros terminam, e as amizades mais fortes que são capazes de suportar esse período, ganham uma nova vida e se reafirmam. Outras, porém, não são capazes de resistir: "segurar vela" não é tarefa fácil e tampouco agradável. O amigo solteiro se vê diante de uma situação no mínimo incômoda, e até mesmo inesperada, e sai em busca de uma alternativa. Ou pode ser que não reaja bem e se feche, deixando a vida social de lado. E ainda trata com desprezo e aparente desdém o velho amigo. Não por maldade, mas talvez seja essa a forma de demonstrar que sente a perda, e a falta que faz o companheiro. Falo por quem já passou por isso, é como se nos fosse tirado um pulmão. Falta disposição para seguir adiante e procurar outro fiel escudeiro, até porque não é fácil achar alguém que nos aceite e tenha afinidade.

E por essa e outras, digo que a amizade nada mais é que um jogo de baralho. Vence quem sabe jogar as cartas certas no momento certo. Aproveito então para fazer uma ressalva naquele velho ditado, que diz "sorte no amor, azar no jogo" (ou vice versa). Às vezes o azar pode ser em ambos. E se estivermos falando de um "sortudo" no amor, porque não dizer que também teve sorte na amizade (ou melhor, no jogo)? Afinal, ele pode nem se dar conta e perceber que a amizade já não é a mesma. Sorte ou azar, então, é apenas uma questão de ponto de vista. Seja ele pessimista ou não.

Abandono

Já se passa quase um mês desde minha última postagem. Inacreditável como foram corridas estas últimas semanas. Muita coisa pra fazer, tempo insuficiente pra descansar e tempo inexistente pra postar no blog. Surpreendentemente, não tive tempo nem pro tédio! O que não quer dizer que não tive os meus momentos de reflexão e as habituais "viagens", que levam a inúmeras idéias e pensamentos que tenho vontade expressar em textos.
Por hora, tudo enfim se acalma e volta ao normal. Em resumo, estou de volta ao blog.

domingo, 11 de abril de 2010

Para Refletir (2)

"Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo." (Friedrich Nietzsche)

O Segredo

Começo o texto de hoje com uma frase de Vladimir Maiakovski: "Não é difícil morrer nesta vida. Viver é muito mais difícil". Sei que muitos não concordam com o autor, o que é bom. Gostaria também de não concordar. Mas no momento não é possível. De uns tempos pra cá, em situações completamente aleatórias e sem motivo aparente, frequentemente sinto que viver se tornou um peso. Alguns anos atrás não era assim. Mas a vida dá a cada um as molduras que fazem de nós quem somos. E por isso, todo comportamento tem um porquê. Ao julgar cada atitude e cada personalidade devemos considerar o contexto e ao menos tentar compreedê-lo.

As coisas vinham melhorando muito, é bem verdade. Mas ontem tropecei de novo pelo caminho. Tudo ia bem. Mais do que o normal, diria. Embora com muita coisa pra fazer, mesmo já sendo final de semana, estava tranquilo. Até que de repente e inesperademente uma insanidade tomou conta. Quase fiquei louco. Entediado. Queria sair a qualquer custo.
Entretanto, as poucas opções, e porque não dizer o frio, me levaram a ficar em casa.
O tédio e a ansiedade foram superados com uma boa noite de sono, até que viesse o dia seguinte.
No sábado de manhã, já sem saber se estava mais desesperado ou ansioso, a produtividade não estivera em alta. Preocupante, visto o grande número de tarefas que tenho a realizar. Mas já dizia o ditado, nada é tão ruim que não possa piorar. E a tarde chegara para comprovar isso. Zero por cento de concentração: não conseguia entender uma palavra sequer que lia. Motivo mais que suficiente pro desespero tomar conta de vez. Sensação horrível. Assistir TV, tentar dormir, tudo em vão. Nada que fazia mudava o panorama. E sabia o porquê: a carga estava pesada. Chega uma hora em que o cérebro pede um tempo. Não adianta, temos um limite, e tentar ultrapassá-lo não é conveniente. Mas as causas não são tão simples assim: tenho uma estranha necessidade de 'estar' entre pessoas. Não consigo ficar sozinho. E passar a manhã de sábado sem ver uma alma viva fora sem dúvida um agravante para a situção.

Quão logo, então, me veio uma idéia: sair de casa poderia ser a solução. Lembrei-me que no Cine Carcará estava em cartaz um filme que me agradava e poderia ser uma boa alternativa. Tratava-se do vencedor do oscar de melhor filme estrangeiro de 2010, o argentino "O segredo dos seus olhos". Resolvi sair de casa e abandonar tudo por um instante. E assim iria eu naquela que seria minha primeira vez no Carcará. No caminho, muita reflexão. Os "dispostos" iam pra festa de sábado. Animação e muito movimento pelas ruas, principalmente no ponto de ônibus. Por um certo instante, bateu um arrependimento por não ir. Já me habituara a frequentar essas festas, mas hoje não me animo mais.
Me perguntava se realmente fazia a escolha certa. E fui recordando dos meus grandes momentos em Viçosa. Mas que no final não faziam a menor diferença, se hoje passava pelo passei: sentia ali mais uma vez o peso de viver. Um vazio que há muito busco preencher. Uma angústia incontrolável.

Depois da tempestade veio, enfim, a calmaria. Um vento sereno e a certeza de que encontrara a solução: estava em paz de novo.
O filme, muito acima das expectativas e não menos reflexivo que o dia. A questão central pairava em torno da pergunta: "como se faz para viver uma vida vazia?". A resposta não é fácil para quem tem de respondê-la. E acredito que seja justamente sua resposta o grande "segredo" da vida. Não é fácil carregar um passado sem sentido e muito menos não conseguir enxergar no futuro as certezas que precisa no momento.
O segredo é então encontrar, cada um a sua maneira, um sentido pra vida, para que ela não se torne um peso. O segredo é manter o equilíbrio e paz consigo mesmo. Manter por perto as pessoas que ama. Saber conciliar e ter sensatez nas escolhas. E principalmente, saber aceitar e lidar com as perdas.

Feliz é quem nem precisa descobrir o segredo.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sobre o Tempo

9 de Abril. Olhando assim, parece não ter nada demais, é apenas mais uma data. E de fato é. Mas parando pra pensar, já estamos no segundo quarto do ano! Sim, os primeiros 25% já ficaram para trás e pouca gente se deu conta disso. O mais intrigante é que me lembro de 2009 como se fosse ontem. A noção de tempo realmente espanta. E dentro de alguns dias, Abril terá chegado à sua metade, em uma "velocidade" ainda mais incrível do que a chegada da segunda quinzena de Março!

O texto de hoje nada mais é do que uma análise sobre o tempo. Defendo uma teoria de que a cada ano que se passa, o tempo passa mais rápido. Ou então, percebe-se cada vez menos 'ele' passar. Recordando minha infância, lembro que o tempo não passava tão depressa assim: tinha a exata noção de quanto um dia demorava para passar, do quanto uma hora poderia render e de outras coisas simples, como ver o dia acabar e a noite chegar. Ao longo do anos, entretanto, essas noções foram se perdendo, por ironia, no tempo.
Agora o dia passa tão depressa que as 24 horas quase nunca são suficientes para fazer tudo que é necessário. Uma hora é quase insignificante, mal dá pra fazer nada, chega a ser quase uma perca de tempo começar a fazer algo para qual se tenha tão pouco tempo disponível. Noções de dia e noite, estas sim se perderam de vez. O por do Sol é quase um detalhe e muitas vezes passa despercebido, afinal a noite tornou-se um período para dar continuidade às atividades do dia.

E quando falo isso, sei que não falo apenas por mim. De um modo geral, as horas de um dia ficaram insuficientes para (quase) todo mundo. Chega a ser incrível a queixa da insuficiência de tempo, e por mais incrível que isto soe, até mesmo meus pais já se queixam da falta de tempo. Os horários para lazer infelizmente se reduzem. Como já vi "alguém" dizer, a semana passa tão depressa que nem sobra tempo pra vir aqui no Blog. Gostaria de ter mais tempo para isso.
Por isso tudo, a impressão que tenho hoje é que o tempo não é o mesmo de alguns anos atrás. O mundo parece girar mais rápido. Informações chegam a cada fração de segundo. O jornal que saíra de manhã já está ultrapassado ao final da tarde (em alguns casos até antes disso). Esperar o próximo jornal na TV para saber o resultado do jogo que não foi televisionado não é mais necessário: as informações chegam em tempo real pela internet. E por falar nela...tente imaginar o mundo de hoje sem internet. Impossível!
Parece que o mundo está correndo. Correndo para o fim. O que se nota é, nada mais, que uma correria contra o tempo. Confuso, sim. Mas é bem verdade.

Mas toda regra tem sua excessão. O único tempo que não diminui é o tempo para quem espera. Ah, este sim, nunca será o mesmo para quem é esperado. Muito pelo contrário: quem espera percebe o tempo multiplicado.

E por falar em tempo, é bom ir parando por aqui: 10 de Abril está cada vez mais perto, e acredite só: amanhã terei muita coisa pra fazer... e pouco tempo. E será que vai dar...tempo?

domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa!

Renascimento, vida nova, renovação, esperança...Páscoa. Palavras que, ao menos nessa época do ano, são sinônimas. Até então para mim nunca tiveram um significado em particular. Mas como esse é mesmo um ano atípico, dessa vez previsivelmente seria diferente.

As coisam vinham mudando aos poucos, sutilmente, sem que eu me desse conta. E esse final de semana veio como um divisor de águas: os ponteiros parece que finalmente se acertaram.
Os primeiros indícios não foram bons: quarta feira confusa e porquê não dizer desastrosa. A velha espera de sempre, correria por nada, mas já habituado: faz parte e não posso controlar. Colocar o papo em dia, aquela velha obrigação de manterem o interesse por aquilo que faço.
No entanto estava tranquilo por retornar à casa, o que não quer dizer que isso sempre fosse bom ou mesmo me deixasse feliz. Mas havia uma calmaria nisso tudo.

Ir para casa muitas vezes significa vagabundar. Mesmo com muito a fazer, perco os dias fazendo nada. Como bem já disse, as coisas dessa vez seriam diferentes e os dias foram incrivelmente produtivos. E como se já não fosse bom o bastante, tudo o mais estava estranhamente bom. Deveras algo acontecera, de forma impercepitível. Seria, por assim dizer, o espírito pascoalino que pairava pelo ar, embora nunca acreditasse nessas coisas. Aqueles abraços frios de outrora mudaram. Por mais orgulhoso que seja, admito dizer que fora muito bom.

Por isso e muito mais, que não consigo aqui descrever, o final de semana talvez tenha sido um novo começo que há muito buscava. Uma nova chance pra tentar ser feliz. Há quanto tempo não tinha aquela sensação, ainda por hora distante, de alegria, que por muito tempo ficara perdida no tempo. Satisfação de aproveitar e desfrutar cada momento do dia. Nem parecia eu mesmo. Vontade e motivação para seguir com os projetos eram apenas consequência.

Ânimos renovados. Se considerar as instabilidades dos últimos tempos, é bem possível que tenha data de validade. Mas mantenho a esperança e prefiro não acreditar nessa hipótese, "quero uma chance de tentra viver sem dor".

Que essa "Páscoa" não se acabe, e seja eterna enquanto dure.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Adeus, Lia!

Sou um fã incondicional do BBB. Acompanho o programa, logo me simpatizo por algum candidato, tomo partido, e então torço. Moderadamente, porém. Nunca fui de dar um voto sequer. Julgava insignificante e 'bobo'.
Nessa edição do programa, no entanto, as coisas mudaram. Personalidade forte não faltou entre os candidatos ao prêmio. Muitas discussões e polêmicas. Tabus foram quebrados. Entre os confinados, uma participante foi chamando minha atenção. No começo recusava-me a torcer por ela: talvez nada mais que um preconceito pela profissão, julgava-a vulgar por tal. Repugnava-a por algumas atitudes também: mas em momento algum desejava sua eliminação. E pela primeira vez em um reality show comecei a votar. Embora não soubesse os motivos, queria muito a sua permanência. E foi assim, de maneira quase impercepitível, que comecei a torcer por ela.
Até poucos dias atrás ainda escondia minha torcida, pois ela era rejeitada e apedrejada "aqui fora", e me sentiria mal em dizer que gostava dela. Principalmente por não saber o porquê de torcer em prol da dançarina.
E isso incomodava, até que a resposta, tão óbvia, enfim chegara: semelhança. Descobri finalmente que torço porque sou exatamente igual ela: solitário, possessivo, e extremamente ciumento. Por ironia, porém, sou também o contrário, pois não manifesto esses sentimentos: a 'explosão' acontece na minha cabeça, apenas em pensamento. Imagino que seja mais difícil viver assim, pois a angústia vêm constantemente fazer uma visita.
E justamente por isso, por ela ser quem eu gostaria de ser, mas nem sempre o consigo, que me apaixonei ainda mais. Ficava realmente apreensivo nos paredões em que ela participava. Cada permanência era um alívio.
Hoje, porém, a casa caiu: Lia saiu. O seu famoso "olha pra mim" não foi esquecido por Bial no discurso de eliminação. Personalidade marcante que incomoda. Sempre foi sincera e condizente com aquilo que julgava certo. Defendia e valorizava seus amigos. Suas últimas palavras resumiram bem aquilo que muitos não são capazes de compreender: o BBB deve ser encarado como a vida, não existem vilões ou mocinhos, existem pessoas que acertam e que erram.
Emocionante ver Cadu chorando. Me leva a acreditar que amizades sinceras ainda são possíveis, e que, como a própria Lia disse, ter amigos é muito mais valioso do que qualquer dinheiro.
Muito triste não poder assistir o 'trio' na final. Aquela união e compatibilidade de pensamentos da intitulada "tribo dos Sarados" fora sem dúvida o melhor do programa.
Revoltante saber que a diferença fora tão pequena, e que o rumo deste último paredão poderia ter sido outro.
Lamentável não ter mais ela pra assistir. Infelizmente, nadou e morreu na praia.
Valeu, Lia. Adeus.

sábado, 27 de março de 2010

Incoveniências

Alma lavada. Simplificando, essa é a sensação após a comemoração dos 3 anos de turma na noite de ontem. A festa realmente fora boa. Havia tempo que não aproveitava tanto. Considerando os últimos meses, diria que foi um caso a parte. Coisa boa.

Na tentativa de manter o nível da sexta no sábado, resolvi ir de vez naquela que seria a minha segunda cervejada na lama. A experiência da primeira fora boa, somado ao fato de querer um final de semana diferente, não havia motivos para não ir. E lá fui eu.

Mais uma vez, não sobrevivi limpo por 5 minutos sequer.Dessa vez uns calouros fizeram o favor de me sujar tão logo eu cheguei. Entrei na brincadeira e aproveitei bastante a festa, gostei sem dúvidas. Não me arrependo de ter ido. Encontrei com muitos conhecidos, conversei bastante, aproveitei. Porém (como sempre um porém), ficava o tempo todo com a sensação de que faltava 'algo'. Sabia exatamente o que era e a falta que fazia. Por mais que tentasse suprir essa ausência, não adiantava, a tristeza batia, como se quisesse lembrar a todo instante.

O fato é que, goste ou não, seguir na vida nesse instante significa ter que conviver e aprender a lidar com essa 'falta', por mais difícil que seja. Venho me esforçando pra isso, e pela primeira vez acredito ter conseguido. Não plenamente, claro, pois já seria querer demais. Mas já considero um largo passo para seguir em frente. Por conveniência, por hora fica melhor não dizer o que faltava: seria incoveniente.

Acabou a festa. Mais uma cervejada pra conta, e alguns dias pra curar os arranhões e marcas deixados pelas brincadeiras no barro.

Durante a noite ainda tiver o prazer de ver Dourado vencer um paredão quase épico contra Dicesar (mais de 125 milhões de votos!), e na sequencia a formação do último paredão dessa edição.

E dessa forma se sucedera o sábado. Convenhamos, inconvenientemente conveniente.

sexta-feira, 26 de março de 2010

3 anos de EPR 2007!!! 3 anos em Viçosa!!!

Recordava ainda há pouco da minha primeira semana aqui em Viçosa. Talvez eu nunca imaginasse que ficaria aqui por tanto tempo. No começo minha única vontade era de ir embora e ficar longe dessa cidade. Me sentia um verdadeiro peixe fora d'água. Com o tempo as coisas melhoraram bastante (depois pioraram também), e por hora até cheguei a me sentir "em casa", o que devo principalmente a minha turma.
Comemorar 3 anos não é comemorar qualquer data. É tempo o bastante, e têm lá a sua devida importância. Analisando o presente, com o novo modo de vida da turma em que cada um vive sua vida, talvez não faça mais sentido juntar e festejar qualquer coisa. Mas considerando o contexto sempre haverão motivos para comemorar. Tanta coisa bacana que já aconteceu, tantas histórias, tantas festas, tantas provas, tantos trabalhos, tantas discussões....tantos períodos.

E justamente recordar um tempo que ainda não acabou, embora o pareça, dá ainda mais saudade, uma saudade antecipada é bem verdade, de nostalgia, mas que no fundo soa como um alerta: ainda há tempo para viver. Tudo que valeu a pena merece uma segunda chance. Uma segunda chance para resgatar o sentimento que se perdeu no tempo e aproveitar o tempo que resta; pois dentro de um ano e meio este tempo de fato terá ido para sempre, não haverá volta, e aí sim não restará nada além de lembranças.

Dentro de alguns minutos nos reuniremos para celebrar os 3 anos. A turma, logicamente, já desfalcada. A "festa", com agregados e ausentes por opção. Cada um com seus motivos que levam a ir ou não. Os meus motivos são simples: lutar um pouco mais, para que no futuro, ao encontrar com um antigo colega de faculdade no elevador, tenha algo mais a dizer do que um constrangedor e simples "oi", acompanhado de um tapinha as costas e da certeza de que não temos mais nada em comum.

quarta-feira, 24 de março de 2010

E você, o que é?

Em mais um desses dias em que fico viajando, me lembrei desse texto de Rubem Alves. Nos faz lembrar que a dor faz parte da vida, e que, de fato, há males que vem para o bem, pois nos fazem "estourar" quando nos dispomos a isso. Realmente sensacional o texto.

Milho de Pipoca
(Rubem Alves)
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.
O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor.
Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.
Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: Bum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, com que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

Have you ever seen the rain?

Someone told me long ago
There's a calm before the storm
I know, it's been comin' for some time

When it's over, so they say

It will rain a sunny day

I know, shinin' down like water

I want to know, have you ever seen the rain?

I want to know, have you ever seen the rain?

Comin' down on a sunny day


Yesterday, and days before
Sun is cold and rain is hard
I know, been that way for all my time


And forever, on it goes

Through the circle, fast and slow

I know, it can't stop, I wonder

I want to know, have you ever seen the rain?

I want to know, have you ever seen the rain?
Comin' down on a glorious day

domingo, 14 de março de 2010

Tá Explicado

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=92714676
É como se de repente tudo fizesse sentido.

domingo, 7 de março de 2010

Cachorro Sonhando

Saca só a viagem do cachorro enquanto ele dormia.


hahaha

Tédio

Desde sempre gostei de textos reflexivos, aqueles que de alguma forma mexem com o ego e nos deixam pensativos. Daí a minha profunda admiração por autores e filósofos, e natural que seja a ânsia em conseguir imitá-los. Por vezes fico curioso se meus textos realmente prestam e se teria algum futuro como autor. Acho, porém, que esta curiosidade jamais será satisfeita, pelo menos enquanto mantiver a opção de mantê-los em segredo. Faço-o porquê há um certo preconceito. Escrever ou ler textos do tipo 'é coisa de mulher ou de gay'; prefiro, então, manter-me no anonimato. Mas por hora desabafar escrevendo é mais do que suficiente.

Na maior parte das vezes a inspiração vem como conseqüência de um momento de nostalgia ou de uma tristeza sem motivo aparente. E hoje não foi diferente. Início de período, mais um sábado sozinho em casa. O celular que não toca, o recado que não é respondido; enfim, mais uma vez esquecido. O dia torna-se muito comprido quando se está só, e então a TV, os Seriados e a Internet tornam-se o refúgio (quase) perfeito para não cair no tédio. Porém mesmo quando evito pensamentos depressivos, o simples ato de acessar um site vem mostrar que uma frase pode mudar o humor do dia. E foi em um momento inusitado, pois acessava um site de humor. Uma das 'manchetes' vinha seguida por uma frase de Oscar Wilde. Como o site era humorístico, a frase era dotada de ironia se considerar o contexto. Mas tornando o fato (ou melhor, a frase) isolado, não havia ironia, mas sim um grandioso convite a reflexão. Fiquei meditando a frase, e como conseqüência, mais uma vez não pude evitar o desânimo e o tédio de um final de semana. Até porque considero que esta seja a combinação perfeita para entristecer qualquer um.

Costumo comparar esse sentimento de desânimo e tristeza depressiva a um monstro. Embora adormecido, este monstro tem um sono vulnerável, e pode acordar a qualquer momento. Uma vez despertado, demora a pegar no sono novamente, e pode causar muitos danos, como por exemplo, o desinteresse pela própria vida. E não há palavra que conforte nessas horas. Não resta nada a fazer, senão esperar por dias melhores. E claro, que o tempo passe.


Para Refletir

"Há uma espécie de conforto na auto condenação. Quando nos condenamos, pensamos que ninguém mais tem o direito de o fazer" 
(Oscar Wilde)

Estréia no Blog

Bem, sempre quis ter um Blog. E hoje enfim criei coragem, aqui está ele. Aos poucos irei postar meus textos aqui. Abraço a todos.