sábado, 26 de fevereiro de 2011

Um filme, uma frase (4)

"As coisas que você possui acabam te possuindo. Você só é realmente livre após perder tudo., pois aí não terá o que perder e, enfim, estará livre." 
Tyler Durden, no filme "Clube da Luta"

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um filme, uma frase (3)

"Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce. Só fica mais complicado." 
Mano, no filme "As melhores coisas do mundo"

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sem sentido

Já faz mais de 10 anos que o primeiro reality show foi exibido no Brasil. A extinta “Casa dos Artistas” e o tradicional “Big Brother Brasil” fizeram um sucesso estrondoso e provaram que esse tipo de programa realmente daria certo por aqui. E não é a toa que tais programas sobrevivem até os dias de hoje.

Mas inovar é preciso. Para não cair na mesmice, surgiram diversas vertentes e adaptações desses programas, passando desde realities com finalidade musical como o “Ídolos”, ou com a finalidade de premiar um novo e talentoso profissional como “O Aprendiz” ou até mesmo programas mais radicais, caso de “No Limite” e “Hipertensão”. E mesmo os realities tradicionais, cujo objetivo é simplesmente dar um grande prêmio ao vencedor, assumiram vertentes diferentes, com o programa se passando desde uma fazenda, caso de “A Fazenda”, ou até mesmo em um ônibus (!), caso de “Busão do Brasil”. Haja criatividade. Deve-se ressaltar, porém, que mesmo diante de tanta variabilidade e constantes mudanças, não é fácil manter um público fiel e interessado por muito tempo, ou por muitas edições. Por isso, certamente, a grande maioria dos realities show acabam por não ter continuidade e fracassam.

Fora dessa linha, entretanto, encontra-se o BBB. Com novidades incrementais a cada edição e participantes com perfis completamente diferentes em cada temporada, fora até então o único programa que conseguiu manter o interesse do público ao longo dos anos. Melhor que isso, chegou ao seu auge na 10ª edição, consagrada e vencida por Marcelo Dourado (que, aliás, já havia participado do 4° BBB). Recordes seguidos de votação, o programa era assunto certo na boca do povo. Fato admirável e no mínimo curioso como um programa tão “batido” conseguira tal feito. Mas a verdade é que conseguia ser imprevisível. Inovações muito interessantes, como introduzir participantes pobres (BBB 4), um gay até então não assumido juntamente com homofóbicos (BBB 5), participantes que entrariam por sorteio de telefone (BBB 6), pessoas com personalidades polêmicas e essencialmente diferentes (BBB 7), o temido "big fone" (BBB 8), divisão da casa em dois lados, uma casa de vidro e ainda introduzir participantes idosos no programa (BBB 9), dividir a casa em “tribos” e dar uma segunda chance a ex-participantes (BBB 10). Tudo isso fora os discursos geniais de Pedro Bial nas noites de eliminação e as constantes novidades. Verdadeiras jogadas de mestre da Rede Globo.

Porém, ao assistir essa 11ª edição, fica a sensação de que as ideias parecem ter se esgotado e já não há mais nada de novo para se apresentar. Depois do imenso sucesso da divisão por tribos da última edição, os participantes foram divididos em 4 grupos, dessa vez separados por cores, por um critério pouco preciso e mal explicado. As provas acabavam não levando a um jogo de equipe. As colorações realmente foram úteis em apenas uma oportunidade, na primeira prova de liderança, onde os companheiros de cor do líder também ganhariam imunidade. Fora isso, mais nada. Evidente que fracassaria. Teve até participante votando no seu “companheiro” de equipe. Ora, pois, certamente essa não era a intenção do Diretor Boninho. Tão logo percebeu que essa separação não fazia o menor sentido acabou abolindo a divisão dos grupos. Os participantes devem estar se perguntando até agora para que servisse aquelas cores.

Somando a esse fiasco, podemos atribuir a pouca audiência do BBB 11 à escolha dos participantes. Competidores que não tem nada de diferente para apresentar ou pelo menos aparentemente não causam nenhum impacto (exceto a transexual Ariadna, primeira eliminada). Utilizar velhas artimanhas já não tem mais graça. O programa inevitavelmente caiu no tédio. A audiência não chega nem perto das edições anteriores e já é a pior da história. Na tentativa de reverter esse quadro, o que se vê são seguidas e claras intervenções, como mensagens diretas aos mais “desligados” e puxões de orelha vindos do apresentador. Entrada de novos participantes, uma casa de vidro que funcionou como repescagem, excessivas eliminações extras. Mudanças constantes que apelam pela atenção do telespectador. Aparentemente, sem muito sucesso.

Para piorar, a edição do programa ainda priva o público dos melhores momentos do programa. Cenas mais “quentes” não vão ao ar. Não faz o menor sentido, já que estas poderiam alavancar a audiência. Nessa temporada ficou muito mais interessante acompanhar o programa pela internet, através de sites independentes ou redes sociais. E não fosse o bastante, essa edição perderia ainda os belos discursos de Bial nas noites de paredão. Atordoado e um tanto quanto perdido, o que se vê agora é um monte de palavras sem sentido e que não despertam emoção, muito menos reflexão. Parece estar mais preocupado em chamar a atenção dos brothers do que se dedicar a escrever belas palavras. Salvo o dia da eliminação de Ariadna e o excelente discurso que culminou na saída de Igor (no qual teve como trilha ‘Satisfaction’, dos Roling Stones, e desfechou de forma brilhante com “Não, não tá ligado. Tá eliminado, Igor!”), suas palavras no momentos que antecedem a eliminação nem de longe lembram aquelas de edições anteriores. Pelo que já mostrou, fica a certeza de que podemos esperar mais de Bial. Fica também a certeza de que já não se faz mais BBB como antigamente.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sobre as férias (parte II): Entre certezas e dúvidas

Já dizia o sábio, “para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”. Pois bem, não posso negar que por muito tempo esta frase genial encaixava-se perfeitamente com a minha história. Mas referir-se ao passado pode não ser o mais correto, já que ainda não tenho tanta certeza se sei exatamente aonde quero chegar.

Entram férias, acabam férias, a história se repete. Sempre no final de um semestre não quero voltar para casa, mas sim permanecer na faculdade junto dos amigos. Festas de falsas despedidas nunca soam bem e acabam por deixar um aperto no coração. É o medo que a dúvida trás, a incerteza dos momentos de tédio que estão por vir e a certeza de que o tempo e a falta de contato levarão ao afastamento, mesmo que temporário, dos colegas da faculdade. Costumo dizer que quanto mais se convive, mais assunto tem. Se agora poderíamos passar o dia todo proseando e quem sabe a noite também, certamente já não será assim daqui alguns dias, quando cada um estará em sua cidade vivendo a sua vida e relembrando o passado com os amigos do colégio, praticamente se esquecendo do presente e dos colegas de faculdade. Ou não.

Já quando as férias acabam o sentimento é o contrário. Não quero ir embora, entrar naquele ônibus e partir de novo é ter a certeza de que uma lágrima que irá escorrer. Deveras se torna muito difícil ter que novamente deixar a casa dos pais e apresentar coragem para voltar ao mundo universitário, com as amizades de outrora ameaçadas pelos longos 3 meses de férias. Bobagem. Logo se percebe que tudo está normal, e com alguns dias ou semanas já desejo que as férias demorem a chegar. Exceto claro, pelas disciplinas, trabalhos e correria imposta pelo cotidiano da faculdade.

Envolvente e difícil contradição. Entre certezas e dúvidas a vida passa. Parece que foi ontem, mas já fazem 4 anos que estou na faculdade. Cada dia mais próximo de me tornar um engenheiro, meus pensamentos e desejos em relação ao futuro que me espera oscilam como o pêndulo de um relógio. Ora quero ir para bem longe da minha cidade e começar uma vida do zero, longe do passado e das feridas que carrego. Uma vida em uma cidade maior, construir uma família, ser um profissional seguro e de sucesso que vez ou outra aproveitaria os feriados prolongados para visitar os pais. É meio-dia. Outrora, quero continuar onde sempre estive, com a família por perto e o comodismo de jamais sair da mesmice. Ter um emprego medíocre, conviver com o medo de encarar qualquer situação diferente e talvez com a realidade de ser verdadeiramente solitário e viver em um apartamento de quarto único. Triste sina para quem um dia já foi considerado um menino prodígio. É como se eu nunca fosse capaz de superar a insegurança que me acomete e as marcas que o passado deixou. É meia-noite.

Nem se eu tivesse 10 anos. Pelas batidas do relógio, entre o meio-dia e a meia-noite, me vejo mergulhado em dúvidas que são inevitáveis e certezas que muitas vezes gostaria de não tê-las. Oh céus, oh vida!

Sobre as férias (parte I): o voto de silêncio

Terminara o 8° período da faculdade. Aquele seria o último fim de ano que poderia dizer “estou de férias”. As últimas semanas foram demasiadamente boas. Até chegara a desejar que o tempo não passasse. Tolice. As ‘temidas’ férias chegaram e com elas o excessivo tédio. Não que isso fosse novidade, mas dessa vez tal situação parecia me incomodar mais. Tamanho foi o meu desgosto que me isolei. Por muitos dias, nada era capaz de conseguir me arrancar um sorriso. Tudo em volta me incomodava. A vida monótona, os amigos que desapareceram, a falta de coisas boas para fazer, ou nem mesmo ter um seriado ou BBB para assistir. Aliás, a programação de fim de ano da TV é uma porcaria. Pudera afinal isso não é época para ficar na frente da televisão.

Paralelamente a esses pensamentos, deveras egoístas, as “viagens” da mente e descontentamento com o mundo apenas agravavam a situação. Desrespeito e agressão ao meio ambiente, notícias de crime e violência, catástrofes naturais e sofrimento alheio, pobreza e desigualdade social. Mesmo sabendo que pouco ou nada posso fazer para mudar esse panorama, me sentia profundamente incomodado. O que acabava por gerar um verdadeiro conflito: se tenho casa, comida e uma família, como posso me queixar da vida, sabendo que existem milhões de pessoas que nesse momento estão passando fome ou que perderam tudo com as chuvas ou que perderam um ente querido com uma bala perdida. Como? Um absurdo viver com tanto desgosto sabendo que tenho uma vida que muitos desejariam ter. Egoísmo demais. E nesses momentos, tornava-me o maior crítico de mim mesmo.

Dormir quase sempre era a melhor solução. E o voto de silêncio veio como consequência. O isolamento no quarto, a boca fechada que mal abria para entrar comida. Uma aparente depressão. Viver praticamente tornara-se um martírio. Dias que não passavam e horas nas quais os minutos rendiam mais que o costume. Nada acontecia.

Não lembro o momento exato, ou sequer se esse “momento” existiu. Mas me habituei, e quando menos esperava, estava quase sorrindo de novo. Acredito que seja o conformismo com a certeza de que meus dias seriam mesmo assim. Como não se pode viver no escuro pra sempre, me adaptei às circunstâncias e, acredite, agora até quero continuar assim. Essa vida tranquila e longe de tudo por hora me satisfaz. Síndrome do autismo, como eu mesmo caracterizei.

No fim das contas esse é apenas mais um desabafo. E o faço no meu melhor estilo, escrevendo. Por que faço isso? Por que posto isso? Nem eu mesmo sei. Apenas me sinto melhor. Enquanto escrevo sinto que a alma se liberta do silêncio, e isso me conforta. Sem mais, meritíssimo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Eu, por eu mesmo

O sorriso que trago no rosto é o mais belo disfarce para a infelicidade que carrego no coração.