segunda-feira, 29 de março de 2010

Adeus, Lia!

Sou um fã incondicional do BBB. Acompanho o programa, logo me simpatizo por algum candidato, tomo partido, e então torço. Moderadamente, porém. Nunca fui de dar um voto sequer. Julgava insignificante e 'bobo'.
Nessa edição do programa, no entanto, as coisas mudaram. Personalidade forte não faltou entre os candidatos ao prêmio. Muitas discussões e polêmicas. Tabus foram quebrados. Entre os confinados, uma participante foi chamando minha atenção. No começo recusava-me a torcer por ela: talvez nada mais que um preconceito pela profissão, julgava-a vulgar por tal. Repugnava-a por algumas atitudes também: mas em momento algum desejava sua eliminação. E pela primeira vez em um reality show comecei a votar. Embora não soubesse os motivos, queria muito a sua permanência. E foi assim, de maneira quase impercepitível, que comecei a torcer por ela.
Até poucos dias atrás ainda escondia minha torcida, pois ela era rejeitada e apedrejada "aqui fora", e me sentiria mal em dizer que gostava dela. Principalmente por não saber o porquê de torcer em prol da dançarina.
E isso incomodava, até que a resposta, tão óbvia, enfim chegara: semelhança. Descobri finalmente que torço porque sou exatamente igual ela: solitário, possessivo, e extremamente ciumento. Por ironia, porém, sou também o contrário, pois não manifesto esses sentimentos: a 'explosão' acontece na minha cabeça, apenas em pensamento. Imagino que seja mais difícil viver assim, pois a angústia vêm constantemente fazer uma visita.
E justamente por isso, por ela ser quem eu gostaria de ser, mas nem sempre o consigo, que me apaixonei ainda mais. Ficava realmente apreensivo nos paredões em que ela participava. Cada permanência era um alívio.
Hoje, porém, a casa caiu: Lia saiu. O seu famoso "olha pra mim" não foi esquecido por Bial no discurso de eliminação. Personalidade marcante que incomoda. Sempre foi sincera e condizente com aquilo que julgava certo. Defendia e valorizava seus amigos. Suas últimas palavras resumiram bem aquilo que muitos não são capazes de compreender: o BBB deve ser encarado como a vida, não existem vilões ou mocinhos, existem pessoas que acertam e que erram.
Emocionante ver Cadu chorando. Me leva a acreditar que amizades sinceras ainda são possíveis, e que, como a própria Lia disse, ter amigos é muito mais valioso do que qualquer dinheiro.
Muito triste não poder assistir o 'trio' na final. Aquela união e compatibilidade de pensamentos da intitulada "tribo dos Sarados" fora sem dúvida o melhor do programa.
Revoltante saber que a diferença fora tão pequena, e que o rumo deste último paredão poderia ter sido outro.
Lamentável não ter mais ela pra assistir. Infelizmente, nadou e morreu na praia.
Valeu, Lia. Adeus.

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