terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Poderia ser melhor...

Terça-feira, 21 de Dezembro. Termina hoje a 3ª edição de "A Fazenda". Edição que fora certamente a melhor até então: resultado de um elenco bem selecionado, pessoas com personalidades bem diferentes, polêmicas e explosivas, por assim dizer. Confusões e brigas não faltaram. Os participantes mais famosos não sobreviveram e foram caindo um a um, até que na final restassem 3 "peões" até então quase que desconhecidos pelo público, com exceção (ou não) da ex-panicat Lisi, a "Piu-Piu".

Depois do fiasco da 2ª edição (um show de dramaturgia com pessoas excessivamente boazinhas e sorrisos forçados), pairava no ar a incerteza e a desconfiança sobre o que poderia se esperar de um novo programa. Eu mesmo olhava com desdém e no começo nem cogitava a possibilidade de assistir. Mas adaptando o ditado, "nada como um reality após o outro". Como fã incondicional de reality show, fui dar uma "espiada" no primeiro programa, e fiquei interessado em assistir o segundo, e depois o terceiro... e hoje também quero ver a final. Desde o primeiro episódio exibido, "A Fazenda 3" já mostrou que seria diferente.

Em uma jogada de mestre da Record, os 15 participantes foram divididos em 3 equipes, com o objetivo de, na metade do programa, disputar um prêmio de 500 mil reais, sendo que a decisão desse prêmio não caberia ao público. Os sobreviventes disputariam uma prova; manter-se no jogo era então fundamental para disputar os 500 mil. E manter os companheiros de equipe também era crucial para sustentar a força do time. Fato que levou a aproximação por afinidade ser deixada de lado, ou melhor, assumir uma nova versão: a afinidade financeira. Duvido muito que após o programa Daniel e Viola irão trocar telefonemas, ou mesmo que Melancia e Carol serão as melhores amigas. Mais do que nunca as "amizades" surgiram e se firmaram pelo jogo. O confinamento e o dinheiro fazem mesmo a cabeça das pessoas. Foi incrível assistir a competitividade, as confusões e o isolamento das equipes, causando quase um clima de guerra. E para quem duvidava, o programa mostrou ainda que a Teoria do Caos é verdadeira. Um abraço de Dudu em Janaína Jacobina, ato quase tão simples quanto o bater de azar de uma borboleta, provocou reações em cadeia que determinaram o ritmo do jogo e suas consequências duraram até quase o fim do programa. A traição de Dudu ao seu grupo acabou por ser um dos fatos mais marcantes dos realities shows da TV brasileira.

Outras considerações ainda merecem ser feitas: Monique Evans mostrou que ter experiência não traz vantagem nesse tipo de programa. Agiu mal, cometeu erros capitais e não durou mais que uma semana. Geisy Arruda, da noite pro dia passou de uma simples universitária a celebridade; mas sofre preconceito pelo modo como foi promovida, e também não teve sucesso. Tico Santa Cruz perdeu sua chance enquanto comprava brigas que não deveria, mostrando que lhe falta educação. Sérgio Malandro é muito chato e durou até demais. Nem mesmo os avestruzes aguentavam mais o seu "Glu glu yeah yeah", e atacaram o peão, em um momento muito engraçado. Nany People falava alto sem motivo, querendo ganhar tudo no grito. Uma roça foi suficiente para a eliminação dessa figura tão patética. Dudu (ou então "Juju", de Judas) é uma criança, espontaneamente engraçado, propositalmente inocente, e se permanecesse no programa teria sido bem melhor. Não é má pessoa, mas pagou o preço pelas brincadeiras fora de hora, pelas suas atitudes e pelos erros repetidos. Viola chamou a atenção por não parar de olhar para as mulheres, pela sua ganância pelo jogo e pela briga com Janaína. Dentro de pouco tempo, já nem será mais lembrado. Carrasco era bonzinho demais. Poderia muito bem ter participado da edição anterior. Andressa, a Mulher Melancia, mostrou que é muito além de uma bunda: excelente cozinheira e muito prestativa; e ainda botava fogo na casa com sua língua afiada. Janaína é o desequilíbrio em pessoa, não sabia o que estava fazendo ali. Mas garantiu bons índices de audiência, já que foi pivô de praticamente todas as confusões. Carol, talvez a peoa mais bonita, mostrou que o poder pode corromper as pessoas. Bastou ser fazendeira para se tornar outra pessoa, achando que mandava em tudo e em todos. Poderia ter formado um casal com Daniel. Era o que todos queriam, mas não aconteceu. A bela moça se mostrou um tanto quanto maldosa, pois estava sempre "provocando", mas resistiu a todas investidas do modelo, alegando ter um namorando fora da fazenda, que nunca sequer apareceu. Ah vá. Luíza, uma pessoa facilmente manipulada. Ficou claro que mudou seu posicionamento com relação a Daniel após uma conversa com Sérgio Abreu. Este, aliás, calculista e rabugento, que pagava de machão pelas costas, mas era incapaz de enfrentar alguém cara a cara. Já Daniel, um bom jogador, sensato e equilibrado. Carismático, agradava a (quase) todos da casa. Carinhoso, sempre demonstrou o quanto preza pelos filhos. Galanteador, nunca escondeu seu interesse por Carol. Falso romance que o Brasil acompanhou e se divertia com as investidas do peão, que não teve sucesso. Lisi, por sua vez, sustentava um interesse platônico por Daniel, mas ficou com o papel de coadjuvante, assim como no jogo, já que não se envolveu em confusões. Em uma única vez acabou se estrepando com Geisy, mas nada além. Depois que machucou o pé em um desafio semanal, ficou ainda mais omissa, sem participar das atividades diárias.

O formato do programa teve também uma notável evolução. É bem verdade que a divisão de equipes, sem dúvidas o melhor deste programa, lembrou as "tribos" do BBB 10, mas teve lá seus méritos. As provas melhoraram muito, não se viu mais aquelas competições bisonhas e infantis das edições anteriores. Os desafios foram, em sua maioria, provas interessantes e muito bem planejadas. Nas formações das roças, os peões não passavam mais metade do tempo mandando beijos para os familiares e amigos: felizmente o telespectador foi poupado daquela bondade excessiva dos participantes da 2ª edição. Dessa vez, os votos combinados e as estratégias de jogo foram publicamente assumidos, sem receios ou constrangimentos. Por isso e muito mais, valeu a pena assistir.

Mas, poderia ter sido muito melhor. Ao contrário do que se diz, Britto Jr. passa longe de ser um apresentador de primeira. Suas explicações demasiadamente repetitivas, seja sobre as regras de formação da roça ou sobre as regras das provas, acabam com a paciência do telespectador. Um apresentador muito chato. Nunca soube "botar lenha na fogueira", suas colocações são inapropriadas e inconvenientes. Seus jargões são patéticos, como "a chaleira tá fervendo", ou "chove muito em Itu". Sem contar as eliminações, que poderiam ser muito melhores, mas o único momento de emoção era realmente a hora de anunciar o eliminado. Nos momentos que antecedem, Britto fazia questão de dizer o que todo mundo já sabe, e ainda acrescentava um monte de frases sem sentido. Nem de longe lembrava as noites de eliminação do BBB, com os belos discursos de Pedro Bial. Até mesmo Edgar Picoli, em "Busão do Brasil", era melhor que Britto Jr. E claro, não poderia deixar de reclamar ainda dos muitos e longos comerciais da Record, além do horário em que acaba o programa, sempre muito tarde. Haja paciência!

Como em todo reality, discordei de muitas eliminações, fato este que ratifica minha teoria sobre os resultados forjados e pré-determinados. Vai saber. Dessa vez demorei mais do que o costume para escolher alguém para torcer e levar o prêmio de 2 milhões, ficava na dúvida entre Daniel Bueno e Lisi. Nos últimos dias, porém, tomei partido e assumi a torcida para Daniel. Nada contra Lisi, escolhi pelo fato de que o peão bate de frente com Sérgio Abreu, pessoa que jamais gostaria que vencesse.

Hoje o Brasil conhecerá mais um milionário. Ao que tudo indica, Piu-piu ficará com o 3° lugar, e a disputa será entre Daniel e Sérgio Abreu. Que vença Daniel. A Fazenda 3 chega ao fim e eu não terei mais o que assistir nos finais de noite. E até que chegue o dia 11 de Janeiro, estarei mais uma vez esperando pelo próximo reality. Que venha o BBB 11!

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